domingo, 16 de outubro de 2011

A CHUVA NOS TELHADOS ANTIGOS

A CHUVA NOS TELHADOS ANTIGOS (Brasil, 2006, 15min) Adaptação de conto de Luiz Vilela. Direção por Rafael Conde. Com Mônica Ribeiro, Alexandre Cioletti. Leia o conto original aqui.

SANTA EFIGÊNIA A SAVASSI

Deu no jornal que, em São Paulo, mais de 80% dos cobradores de ônibus são casados com passageiras. Esses relacionamentos costumam começar nas longas viagens que, não raro, chegam a durar horas entre os bairros de uma cidade tão grande. Eu bem que conheço uma história parecida com essas, não em São Paulo, mas aqui mesmo em  Belo Horizonte. Todo dia, eu tenho que pegar um ônibus perto de casa, em Santa Efigênia, para ir para o trabalho, no Buritis, do outro lado da cidade. O percurso dura pouco menos de uma hora - isso quando o trânsito está bom. Numa das primeiras paradas, na rua Niquelina, todo dia e quase no mesmo horário, sobe uma moça. Deve estudar enfermagem, porque está sempre de branco e leva consigo uma bolsa que parece pesada pelos livros. Numa bolsa menor, tipo uma necessaire, ela leva, provavelmente, o almoço. O primeiro que a nota, antes de mim, é o cobrador (aqui em Belo Horizonte eles o chamam de "agente de bordo"). Mas ele é bem tímido, repara-se que ele baixa os olhos ao vê-la. Com os outros passageiros (e passageiras) ele também é bastante reservado. Agradece a todos, cumprimenta-os, entrega o troco, dá uma ou outra informação sobre o percurso, tudo em voz baixa, muito educada, muito gentil. O restante do tempo ele viaja calado, cuidando dos formulários da viagem, anotando os números da catraca, conferindo o dinheiro. Mas de vez em quando ele (ninguém percebe) olha de soslaio para a moça de branco, que vai geralmente sentada dois ou três bancos distante dele, isso quando dá pra ir sentada. Eu noto que ela percebe que está sendo observada, cortejada pelos olhos do cobrador. Sei também que ela deve ser tão tímida quanto o rapaz, porque lhe flagro um certo rubor na face, mas um brilho nos olhos que ela tenta disfarçar voltando às páginas dos livros de anatomia e de fisiologia humana. É assim todo dia da Niquelina até a Savassi, onde ela desembarca. Nem seria preciso dizer que o cobrador acompanha com o olhar a moça descer do coletivo, até que ela some no meio da multidão na rua. Eu fico imaginando porque esses dois não se resolvem de vez. Se é ele que tem que tomar uma atitude, amanhã ou depois ele podia, como faz com os outros passageiros, cumprimentá-la também, dizer bom-dia, boa viagem e "obrigado por viajar conosco" (é o que o pessoal de RH da empresa deve mandar os empregados dizerem), oferecer-se para levar a bolsa dela quando o ônibus estiver cheio. Daí, ele podia falar do calor, da chuva que não chove a meses, dos livros de anatomia e fisiologia humanas, contar a ela que uma tia distante sofre disso ou daquilo e perguntar à enfermeira - técnica de enfermagem, ela corrige - qual é o remédio. E, enquanto os dias passassem, até que ela se formasse no curso de enfermagem, os dois ficariam juntos - ele, talvez não mais cobrador ou agente de bordo, ela agora não mais subindo na Niquelina e descendo na Savassi, mas talvez com os dois filhos, um menino e uma menina, que se ficassem gripados, a mamãe saberia qual é o remédio. E, se precisassem ir a algum lugar, papai saberia qual o ônibus.

sábado, 15 de outubro de 2011

INTIMIDADE TÍMIDA



(É ela quem me olha de longe
Ou é o espelho que me revela?)

Primeiro ela:
vai me dizer e não me diz
fica como se o ar contasse
da coisa que existe entre ela e mim
O simples fato disfarçado
um dissimulado mal feito e mal fingido
Que poderia ser dito não fosse o acanhamento tímido:
Mas é um estranhamento feliz.
Ela já sabe e eu também contei pra mim
Que há alguma coisa a mais além de tudo isso.

domingo, 2 de outubro de 2011

MOMENTOS (CURTA METRAGEM)

Um homem sem teto, sem amor, sem esperança, sem futuro, sem passado...não, passado há, sim. E tudo o que amava pode estar prestes a voltar.

MOMENTOS (Portugal, 2010, 7 min). Direção por Nuno Rocha, para o Projeto LG "Life is Good". Com Rui Pena, Ana Ferreira, Débora Ribeiro.

PENNY (CURTA-METRAGEM)

Todo dia, na mesma hora, Penny senta-se num banco de praça em frente ao prédio onde trabalha para esperar o seu "amado" Josh. Todo dia, na mesma hora, Mick senta-se num banco de praça em frente ao prédio onde trabalha para esperar a sua "amada" Penny.

PENNY (Austrália, 2006, 15 min). Escrito e dirigido por Jonh King; com Holly Marshall (Penny), Luke Porter (Mick), Giovanni Bartuccio (Josh), Melanie Stevens (Lisa) e Lisa Fineberg (Tania)



sábado, 1 de outubro de 2011

PASSING HEARTS (CURTA-METRAGEM)

Daniel é um garoto normal para a idade: tem posteres do seus ídolos na parede do quarto, joga futebol, inventa que está doente quando tem preguiça de ir pra escola...a diferença é que Daniel vive com o coração de um doador. Um dia, ele recebe uma carta.

PASSING HEARTS (Suécia, 2006, 14 min). Direção por Johan Brisinger; com Kicki Bramberg (Mãe), Max Enderfors (Daniel),Angela Kovacs (Eva-Lena),Jan Mybrand (Lennart);

TRIP (CURTA- METRAGEM)

Tudo que um pai queria era passar um dia divertido com as filhas.

TRIP (Reino Unido, 2008, 15 min). Direção por Harry Wootliff; com Chloe Garner (Sabrina), Sam Hazeldine (Pai), Karis Igoe (Kim)