quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Peanuts

Charles M. Schulz (1922-2000)
publicado originalmente em 28/09/1963



Linus: Trabalhar com as mãos é uma boa terapia...você tira da cabeça uma porção de problemas...toda vez que eu fico deprimido, eu construo castelos de areia...tenho estado bastante deprimido ultimamente! (Tradução por Olavo Duarte)

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Primavera

(Cassiano/Sílvio Rochael)

Quando o inverno chegar
Eu quero estar junto a ti
Pode o outono voltar
Eu quero estar junto a ti

Porque (é primavera)
Te amo (é primavera)
Te amo, meu amor

Trago esta rosa (para te dar)
Trago esta rosa (para te dar)
Trago esta rosa (para te dar)

Meu amor...
Hoje o céu está tão lindo (vai chuva)
Hoje o céu está tão lindo (vai chuva)

domingo, 26 de setembro de 2010

Amor : Tática e estratégia

Mario Benedetti (1920-2009)
tradução por Maria Teresa Almeida Pina

Minha tática é
olhar-te
aprender como tu és
querer-te como tu és

minha tática é
falar-te
e escutar-te
construir com palavras
uma ponte indestrutível

minha tática é
ficar em tua lembrança
não sei como nem sei
com que pretexto
porém ficar em ti

minha tática é
ser franco
e saber que tu és franca
e que não nos vendemos
simulados

para que entre os dois
não haja cortinas
nem abismos

minha estratégia é
em outras palavras
mais profunda e mais
simples

minha estratégia é
que um dia qualquer
não sei como nem sei
com que pretexto
por fim me necessites.

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

MAIS BENEDETTI

MARIO BENEDETTI (1920)

POEMAS DO ESCRITÓRIO (1953-1956)

Tradução por Júlio Luís Gehlen

SÓ ENQUANTO ISSO

Você volta, dia de sempre,
rompendo o ar justamente onde
o ar tinha crescido feito muros.

Você porém nos ilumina brutalmente
e na simples náusea da sua claridade
sabemos quando nos cairão os olhos,
o coração, a pele das recordações.

Claro, enquanto isso
há frases, há pétalas, há rios,
há a ternura como um vento úmido.
Só enquanto isso.

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Amor, de tarde

MARIO BENEDETTI (1920)

POEMAS DO ESCRITÓRIO (1953-1956)

Tradução por Júlio Luís Gehlen

AMOR DE TARDE

É uma pena você não estar comigo
quando olho o relógio e já são quatro
e termino a planilha e penso 10 minutos
e estico as pernas como todas as tardes
e faço assim com os ombros para relaxar as costas
e estalo os dedos e arranco mentiras.

É uma pena você não estar comigo
quando olho o relógio e já são cinco
e eu sou uma manivela que calcula juros
ou duas mãos que pulam sobre quarenta teclas
ou um ouvido que escuta como ladra o telefone
ou um tipo que faz números e lhes arranca verdades.

É uma pena você não estar comigo
quando olho o relógio e já são seis.
Você podia chegar de repente
e dizer “e aí?” e ficaríamos
eu com a mancha vermelha dos seus lábios
você com o risco azul do meu carbono.

Da “Antologia Poética”, São Paulo, Record, 1988

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

ENCANTAMENTO

(o primeiro para o zero)

Com os olhos longe
E o coração perdido
o pensamento fora daqui
Me sinto num sonho sem estar sonhando
Mas sem acreditar no que estou vivendo.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

A ILHA PERDIDA

Para A.

Onda de um mar distante
Quebra numa terra
Dantes, muito antes, navegada
Torna, feita maré,
à praia,
Corais, embarcações, sereias:
Mensagens esquecidas.