quinta-feira, 31 de maio de 2012

SURPREENDER VOCÊ



e se os seus olhos brilhassem
como os meus estão brilhando
Quem sabe você entenderia?
Talvez nem fosse preciso dizer
se eu apenas te tocasse
se algo no ar deixasse isso bem claro pra você
Seria surpresa, quando eu te conhecesse, ver-te
diferente do que vi, e não a estranha que apareceu de repente
Mas esta que está aqui
Com todos os seus segredos guardados para mim.

sexta-feira, 25 de maio de 2012

SUPERNOVA



Amanhã deve chover o dia inteiro
E nós não vamos nos ver
Estou gostando do tumulto que minha vida tem sido
Algo que veio de não sei onde
e que eu não sei o que é

Amanhã deve ficar tudo cinzento
E nós não vamos nos ver
Não vou sair a andar ao acaso
Como costumo fazer

No meio da tarde, o tempo
será de frio e de vento

E nós não vamos nos ver.



sábado, 19 de maio de 2012

AMOR MAIS SIMPLES

Essa história de razão do coração
É desculpa para não explicar o que a gente sente
e dizer que a própria razão desconhece
não faz sentido
Deve ser muito mais simples e muito mais fácil
Deve ser natural
Como o amor dos bichos, mas o
ser humano complica a questão.

RUAS DA CIDADE

(Lô Borges/Márcio Borges)
do álbum "Clube da Esquina Dois" (1978)

Guaicurus, Caetés, Goitacazes
Tupinambás, Aimorés
Todos no chão
Guajajaras, Tamoios, Tapuias
Todos Timbiras, Tupis
Todos no chão
A parede das ruas
Não devolveu
Os abismos que se rolou
Horizonte perdido no meio da selva
Cresceu o arraial

Passa bonde passa boiada
Passa trator, avião
Ruas e reis
Guajajaras, Tamoios, Tapuias
Tupinambás, Aimorés
Todos no chão
A cidade plantou no coração
Tantos nomes de quem já morreu
Horizonte perdido no meio da selva
Cresceu o arraial

SANTA TEREZA

(versão final)

Um conto de Olavo Duarte

- Carlos!
- Camila!
- Sérgio!
(sábado à noite. Um boteco em Santa Tereza, como sempre cheio de gente. Lugar aonde se vai nos fins de semana à noite, desculpa porque "Belo Horizonte não tem mar". Díficil é conversar no meio desse vozerio, dos gritos dos garçons, carros estacionados em lugar proibido, calçadas repletas de mesas)

(Sérgio falando): Ois, como estão?
(Camila falando): fez boa viagem, Sérgio?
(Sérgio responde): deu problema no Congonhas. Por isso cheguei só hoje cedo aqui. Nem fui ver meu pai ainda...
(Carlos continua em silêncio, já que ele ainda não foi mencionado)
(Sérgio falando): Carlos, seu malandro! Até que enfim cê conseguiu, hem? A Camila não é osso?
(Carlos, finalmente): Você que era muito ciumento, Sérgio. Não dava pra chegar nela com você na área...
(os três riem alto)
(Carlos, continuando) ... a minha sorte foi ter aparecido a Laura, aquela ruiva lá de Brasília. Até hoje eu agradeço a ela por isso. E por falar em Laura, cadê ela?
(Sérgio): Sei lá, ouvi falar que ela tá com uma companhia de balé em algum lugar na Inglaterra, Escócia, tipo isso aí...
(Camila falando, depois de tomar um gole de vinho tinto. Está frio hoje em Belo Horizonte. Mais cedo choveu um pouco): Pois é, garotos. Homem não pode ver uma bunda nova que logo se bandeia pro lado dela, né?
(Sérgio faz que vai falar alguma coisa, mas Carlos interrompe. Tem que falar alto, porque nesse momento começa a tocar uma batida música dos Mutantes na Jukebox. Olha carinhosamente para a moça ao seu lado, brincando com o cachecol dela):- MAS EU NÃO SOU DESSES, né, Camila? O que me atraiu nocê foi seus olhos verdes, não foi?
(Camila responde, ar irônico): ...sei...olhos verdes, né? Se não fosse aquele jeans JUSTÍSSIMO que eu tava usando no dia da calourada, você não estaria atrás de mim até hoje...
(Ainda Camila, botando mais lenha na fogueira): Por falar em bun ... quer dizer, em mulheres, é verdade que você casou lá nos States?
(Sérgio): Casei. Só pra pegar o Green Card. Separamos um ano depois e ela foi pro México. Era feia pra burro. Mas acho que estava apaixonada por mim. Quem não se apaixona? (olha pra Camila, pisca o olho, joga um beijinho)
(Os três rindo alto agora)
(Sérgio, mudando de assunto, mas ainda falando de mulher): Carlos, até hoje não me conformo...aquela menina, como é mesmo o nome dela? Ah, a Sílvia, Silvinha, a do Laboratório de Informática, a estagiária de Computação. Vocês dois (faz o gesto)...sabe o que eu quero dizer...
(Camila, surpresa): CARLOS!!!QUE SILVINHA? Aquela doidinha com cara de nerd? Não acredito, Carlos!!!
(Carlos): MENTIRA DELE, CAMILA!!! Ela é que dava em cima de mim na cara dura. Toda vez que eu ia lá pegar uma impressão ou gravar um CD, ela ficava com aquele negócio de "tem certeza que não quer mais nada, Carlinhos? ...mas eu já tava com você. Não aconteceu nada, nem naquele dia que ela foi na festa lá em casa, lembra? naquela semana que a gente tava brigado, por causa do, por causa do...
(Sérgio): É, por minha causa... aliás, Carlos, sua direita é forte pacas, hem? Só de pensar, já dói...
(Carlos): E você me deu uma na boca do estômago...
(Sérgio): Quantas você tinha bebido aquele dia?
(Carlos): Sei não, mas você bebeu mais, com certeza.
(Sérgio): Lembra do Fernando?
(Camila): qual, aquele cadeirante?
(Sérgio): É verdade que ele se matou? Li na Internet...
(Carlos): Ele era obcecado por aquela loira lá do Inglês. Contam que ele entrou na faculdade armado, o povo da segurança não percebeu...era pra ser na cantina, no meio de todo mundo. Mas ela não passou no caminho pra sala de aula. Então ele subiu lá no quarto andar. Dois tiros.
(Sérgio): ele atirou nela?
(Camila): atirou, mas não acertou. Depois ele atirou na cabeça dele. Morreu lá no Odilon Behrens.
(Sérgio): ...poxa vida...
(Camila): mulher nenhuma vale isso tudo...
(Sérgio, jocoso): Olha só quem fala...
(Camila, simulando irritação): Esses doidos aí, acham que mulher é um pedaço de carne...saem matando e morrendo por qualquer coisa. Tipo: "se não é minha, não vai ser de ninguém!"
(Carlos, calado até esse momento, dá sua opinião): Eu acho que...
(Sérgio, interrompendo): Logo você, Carlos? Não foi você que pichou "Camila, eu te amo" na parede da sala de Alemão? Quanto dias de suspensão você tomou, hem?
(Carlos, indignado, mas clamando piedade): Mas eu não matei ninguém... ou matei?
(Gargalhadas agora, só Sérgio e Camila)
(Carlos, tentando falar, mas a música dos Titãs e o fim das gargalhadas dos dois amigos não deixam): ...pois é, gente, eu fiz besteira mesmo, mas eu tava louco. Depois que ocê mais esse cara aí (pára de rir, Sérgio, não tô achando graça!) brigaram na minha frente, eu achei que você ia correr pros meus braços...não era isso que você fazia sempre que esse bruto do Sérgio te magoava?
(Sergio, irônico de novo, mas desse vez em tom mais suave): Grande Carlos, o "consolador das meninas do terceiro ano".
(Carlos, agora mais calmo, exibindo a namorada ao lado, como um trófeu): deu certo, não deu? Olha só o que eu tomei docê.
(sérgio, mudando de assunto): Quando vai ser o casório? Eu vou ser convidado, não vou?
(Camila): o Carlos tem que terminar aquele negócio lá do filme. O pai dele disse que não vai mais dar o dinheiro. A captação lá na secretaria deve sair em novembro, eu acho.
(Sérgio): Então é verdade, mesmo? O filme, aquela história toda, finalmente?
(Carlos): É! Viu? Você ficava me zoando, lembra? me chamava de quê mesmo?
(Sérgio e Camila, juntos, rindo. Ele "enquadrando" o ambiente com os polegares e os indicadores em forma de tela): "Woody Allen do boteco do Santa Tereza"
(Carlos): Vocês dois, não entendem nada de cinema...só de blockbusters americanos. Detestei ir com vocês naquele tal de Sexta-Feira 13...na verdade, eu tava era com ciúme da Camila, indo sozinha ao Minas Shopping com o garanhão do primeiro ano...
(Sergio): Segurando vela...
(Camila): é mesmo, reparei. Você não se desgrudou de nós dois o dia todo. Tava até chato.
(Carlos): fim da história. Vocês foram embora. E eu fiquei chupando dedo. Pra onde vocês foram naquele dia? Dallas ou Caribe?
(Sérgio, jocoso): Não. Foi pra um daqueles ali da Paraná mesmo. Ou Santos Dumont, sei lá... tava sem dinheiro.
(Camila): Deixa de ser bobo, Sérgio! Não deixei você encostar um dedo em mim. Você me deixou foi em casa, mesmo. Tava furibundo porque eu não dei pra você.
(Sérgio, ainda mais jocoso): Não fica falando isso na frente do seu noivo, Camila...
(Carlos finalmente abre a boca): Pois é, né Sérgio? ... eu fui mais esperto do que você desta vez. Bem feito você não ter conseguido vaga pro Festival de Inverno. Ouro Preto, noite de lua cheia. Naquela república lá, duas da madrugada. (repete o gesto obsceno). Já sabe o que rolou, não sabe?
(Camila, muito envergonhada): Carlos...

(Nem notam os três amigos que o bar já está praticamente vazio, são mais de quatro da madrugada, a Jukebox agora toca Milton Nascimento, "Itamarandiba". Os garçons agora descansam na rua, alguns fumam, outros discutem a rodada do fim de semana do Campeonato Mineiro; agora, Camila, Sérgio e Carlos estão em silêncio. Três amigos mais de dez anos separados pelo mundo. Carlos sempre amara Camila, mas o seu melhor amigo, Sérgio, era o namorado dela, embora não a amasse tanto quanto ele. Eles estavam juntos, os três, em quase tudo, menos nas turmas de Inglês. Brigaram juntos mais de uma vez, foram os três juntos ao enterro da vô de Camila, estavam juntos quando Sérgio, alcoolizado, bateu o carro na saída do Campus. Algumas escoriações e alguns dias depois, Sérgio reaparece na faculdade, justamente no dia da primeira briga e do
primeiro beijo de Carlos e Camila. Mas um dia Sérgio não estava mais junto de Camila e Carlos. Um voo em Confins, com destino aos Estados Unidos os separa. E lá se vão dez, quase onze anos. Essa noite de sábado em Santa Tereza foi combinada pela Internet, depois que Carlos consegue finalmente encontrá-lo no Facebook. Tentou todos os "Sérgio Almeida", mas o amigo era "Sergim.almeida_256", com underline e tudo. Achou o codinome certo por causa de um quarto colega, que até agora não tinha aparecido nessa história: o Fred, "frederico.rodelhausen@gmail.com, o único Frederico Rödelhausen que poderia existir na face da terra).

(Voltando à mesa, agora é Carlos quem fala): puxa, não vi que tava tarde assim. Vamos, Camila?
(Sérgio): tá cedo, gente. Nem cinco horas ainda.
(Camila): Amanhã, quer dizer, hoje, tem o aniversário da tia Júlia. Ela vai fazer cem anos. Não dá pra perder. Lembra dela, Sérgio? A de Sete Lagoas. O Carlos é que vai dirigir. Não gosto de dirigir na BR. Ele tem que dormir, já está meio altinho, não é, meu bem?
(Sérgio, imitando a voz de Camila, jocosamente): "Já está meio altinho, não é, meu bem?" Ai, ai...cara fresco...
(Os três riem alto. O garçom vem falar: "Por favor, pessoal. Temos que fechar. Obrigado por terem vindo".
Carlos, Camila e Sérgio saem para a rua. Uma brisa suave balança as folhas das árvores da Praça Duque de Caxias. Estão os três abraçados. Camila entre os dois. Sérgio (ou seria Carlos?) começa a cantar baixinho, e os outros dois acompanham: "Mudaram as estações/e nada mudou/mas eu sei que alguma coisa aconteceu/ tá tudo assim tão diferente/se lembra quando a gente/chegou um dia a acreditar/que tudo era pra sempre/sem saber/que o pra sempre... (Carlos esquece a letra, Camila lembra: "É sempre Acaba"... depois é assim, ó: "Mas nada vai conseguir mudar o que ficou... (os três continuam a música)/Quando penso em alguém só penso em você/E aí, então, estamos bem/Mesmo com tantos motivos/Pra deixar tudo como está/Nem desistir, nem tentar agora tanto faz/Estamos indo de volta pra casa...*)

A manhã nasce na rua Mármore.


*A canção é "Por Enquanto", de Renato Russo, do álbum "Legião Urbana" de 1985




Breaking news

Vou ser titio. De novo. Minha irmã Denise acaba de ligar avisando. Chega em fevereiro.

sexta-feira, 18 de maio de 2012

Vi você chegar
Mas você não percebeu
Que, na verdade era eu
Que estava voltando
Uma vez que vivi de novo
ao perceber que não estava sonhando.

quinta-feira, 17 de maio de 2012

SAVASSI




- Você está atrasada.
- Tava me esperando a muito tempo?
- Não muito, só uns seis anos e algumas horas...
- Você mudou... o que houve com seu cabelo?
- É a idade, né? Já entrei na fase dos "enta". Talvez eu nunca mais saia dela.
(Ela dá uma deliciosa gargalhada, igual aquelas de seis anos atrás; e as piadas ruins como essa não mudaram nada)
- Recebi o convite da formatura. Desculpa não ter ido.
- Tudo bem. Tava chato mesmo...Ah, eu soube do seu pai. Sinto muito.
- Pois é..."parou de sofrer", como se diz.
- Você casou, não foi?
- Descasei. Dois anos.
- O que aconteceu?
- Ah, sei lá...ela é muito sistemática; boa pessoa e tal, mas muito sistemática. Somos amigos. Mas não tem mais amor, não. E você mais o Otávio... não é esse mesmo o nome dele?
- Otacílio. Ele foi fazer aquele doutorado na Alemanha. Não voltou mais. Foi melhor assim.
- Ah, parabéns pelo seu livro. Soube que ele ganhou aquele prêmio lá,como é mesmo que chama?
- Pois é. Eu estou usando ele na Pós. Dou aula lá. Não é grande coisa, mas o salário é até razoável. Estou pensando em ir pra fora também. Talvez Buenos Aires, La Plata... tem um pessoal da época do intercâmbio. Tenho onde ficar se eu for.
- Lembro que como você estava na época que estava escrevendo sua dissertação.
- Pois é, era tenso mesmo. Mas valeu. E você, lá na prefeitura? O projeto de leitura, como tá?
- Então, mudou o prefeito, muda a secretário. A coisa empacou. Sabe como são esses políticos...Toma um café?
- Sim, aceito.
- Preto, com adoçante. Tá vendo com eu ainda me lembro? Seis gotas de adoçante.
- É. Seis gotas de adoçante.
- Você guardou aquela carta?
- Qual? A primeira?
- Não. A terceira. A do dia do Noites Brancas. Quando eu penso nela, era bem piegas, né?
- Éramos mais jovens...você está perdoado. Eu achei bonito aquela coisa de "braços, portas e coração abertos".
- Pois é...
- Pois é...
(algum silêncio depois, ele olha pra ela, ela olha pra ele. Meio que constrangidos por estarem frente a frente depois de tanto tempo, quase sem ter mais o que dizer, todos os assuntos triviais já acabaram...salvos pelo garçom e duas xícaras de café)
- Escuta? Porque você não atendeu o telefone aquele dia? Você tava em casa sim, que eu sei. Sua mãe me atendeu, aquela história de reunião não colou. Até porque eu liguei pra escola, ninguém te viu lá.
- Você está com raiva disso até hoje, meu caro?
- Não. Não é raiva, não. Só quis saber porque você tava me evitando.
- Eu tava meio confusa com aquela história toda. Afinal, não é todo dia que você recebe uma declaração de amor do seu melhor amigo.
- Podia ter sido diferente, eu acho. Se a gente tivesse se falado depois, eu teria te explicado tudo. - Faz tanto tempo, porque a gente está falando nisso até agora? ...passou, não passou?
- É. Acho que sim. Desculpe. É que a gente nunca falou sobre isso. Até agora. Você sumiu. E só. Até hoje eu me pergunto o que foi que eu fiz.
- É, meu caro, eu também te peço desculpas. Devo ter te magoado bastante naquela época. Eu não devia ter simplesmente sumido daquele jeito. Mas agora não é hora de ficarmos remoendo as velhas mágoas, não é mesmo?
- É...
- Aqui, acho que está na hora de ir. O avião...
- É mesmo, o avião.Fica muito tempo lá?
- Nada. Só dois dias.
- Será que a gente vai ser ver de novo? Ou vamos ficar mais seis anos longe um dos outro?
- Escreve pra mim. Você tem meu email ainda, não tem?
- Claro. Todos eles. (Ela ri de novo. Mas agora está séria).
- Preciso ir. Bom te ver.
- É. Também gostei de te ver.
- Até mais.
- Até mais.
E desapareceu na esquina.

ANA LUIZA, A PROTETORA DOS BICHOS

Fiquei orgulhoso como pai hoje. Minha filha, a Ana Luiza, me ligou hoje à tarde para me contar: depois da escola ela pegou a van para voltar para casa. No caminho, de dentro do carro, ela presenciou um grupo de garotos agredindo um filhote de poodle na rua com chutes e jatos de água fria. Sem pensar duas vezes, ela mandou o motorista parar. Desceu, ralhou com os garotos, tomou o bichinho desfalecido nos braços e levou-o para um veterinário na rua de casa. Lá, o animal recebeu cuidados e se restabeleceu. Como já tem uma cadelinha, a Bia, Ana Luiza vai doar o cãozinho cuja vida ela salvou para uma amiguinha que mora no prédio dela. Fico feliz que ela tenha herdado de mim, além do meu DNA, essa compaixão por todas as criaturas de Deus; como eu, ela abomina a crueldade, a maldade, a covardia contra seres indefesos; nós "seres superiores" e "racionais" já tão indiferentes a toda forma de violência, não nos importamos em presenciar todos os dias os maus-tratos impingidos aos animais, não nos revoltamos contra aqueles que os abandonam, não nos indignamos mais com nada. Achamos até normal e natural que seja assim. Graças a Deus ainda há no mundo pessoas como a minha querida filha, que não toleram a maldade, que não cruzam os braços, que não fecham os olhos à iniquidade. Esse ato que ela protagonizou hoje deveria servir de exemplo para os jovens de hoje em dia, deveria lhes tocar o coração como tocou ao meu, como me comoveu e emocionou. Parabéns, Ana Luíza. Muito digna a sua atitude, louvável a sua coragem, invejável sua presença de espírito e sua iniciativa. Que as bençãos de Deus sejam sempre abundantes em sua vida.

quarta-feira, 16 de maio de 2012

METADE DO INFINITO

Incoerente é ser a metade de algo que é infinito No tempo e no espaço Mas este é o meu caso: A parte que falta em mim é do tamanho do universo e caberia perfeitamente em meu coração.