terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

A METADE PARTIDA

eu suporto não ser
em silêncio

mero ermo

mudo amor que tenho em mim
segue, pórem
teus passos

enfermo do bem que guardo
em segredo

Não me importo pela dor que sinto:

por ter sentido por ti.

METRÓPOLE

Desapareço na cidade
Para não te encontrar
Vou a lugares onde te vi
para ver se você
Não está

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

PAT GETS A CAT

domingo, 22 de fevereiro de 2009

SIGNS

[SIGNS, EUA, 2009,12 min; direção por Patrick Hughes; com Nick Russel & Kestie Morassi]

sábado, 14 de fevereiro de 2009

A ONDA E A PEDRA

Lenta erosão contra a montanha:
É assim que desapareces;
Uma palavra a menos cada dia
Um instante a mais de ausência
É como o final de uma música
Ainda acordes distantes -
Um longo solo em surdina.

CULPADA DE TUDO

Que ela me confessa
Sem perceber
Quando o olhar se acanha
Não há dúvida
Se ela se envergonha
De se perceber observada
Ela se entrega
Ela me conta os segredos dela
Quando desvia o olhar para a janela
Quando se enrubesce por me ver
Ela se deixa entrever
E em vão ainda tenta esconder o que sente
Mas, cá entre nós
Ela sabe que não mente muito bem.

SÓ UMA MULHER

Trama seus truques banais
Coisa de vilã de novela
Risível maldade de mulher

Deixa-me desconcertado durante o dia
Quando vem no pensamento
Aquela idéia
Dissimule bem o sentimento que tens
Não deixe que eu espreite
Na fresta do vestido azul
Um coração que acelera
contra a vontade.

Olhe-me desse jeito que me desmonta
E brinca de montar com as peças
Um jogo de bagunça
Mas faça de conta que é
Só brincadeira.

VERSO BRANCO

Quando de vez em quando
Uma idéia ganha asas
Eu faço um laço com as palavras
Para prendê-la
Pássaro raro precisa ser preso
Para mostrar seu canto.

(sem título)

Quando acontece um poema comigo
Eu fico inquieto e esquisito
Fico alheio de tudo
Quando me vem à cabeça um verso.

Quando acontece de vir à mente
Algo que rima ou não
Mas que eu acho bonito
Procuro um pedaço de papel mais à mão
Senão esqueço:

Já levei um poema inteiro
Escrito na palma da mão
Por falta de espaço.

MAPA AFETIVO

Desenho o Contorno da tua face de cujo olhar desce uma lágrima
Como se fosse suave chuva sobre a rua da minha casa na manhã do último dia
Estendo os braços ao vazio do Horizonte
Em algum lugar da cidade que existe no pensamento chamo teu nome
Olhas para trás: só o vento te fala de mim agora.
Espalhei cartazes contando histórias tristes e dias distantes
Quis seguir pela contramão do tempo
Parar a cidade inteira pra te ver
Quis te prender
Te fazer esperar
Cercar todas as saídas
Pra não te ver fugir
E ir para longe te procurar dentro de mim.

CAÓTICA CANÇÃO

Minha confusa paixão por você
Te dá tudo o que tem de bom e de ruim
E quer você do jeito que vier

Minha canção é uma mistura de todas as palavras que te falo, as coisas absurdas que te digo e que me calo
É meu verso sem sentido querendo uma razão pra te querer

Minha emoção é que nem fogo de artifício:
Faz uma explosão que enche a noite de barulho e brilho
E se apaga depois
sem nenhum vestígio.

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

MONDO LIVRO

Afonso Borges é um velho conhecido da cena cultural de Belo Horizonte. Ele organiza a mais de 20 anos o "Sempre Um Papo", projeto que já trouxe a cidade mais de duas mil personalidades do mundo editorial. O "Sempre um Papo" também acontece em Brasília, Rio de Janeiro, Curitiba, interior de Minas e Paraná. O público estimado em toda a existência do projeto ultrapassa mais de 800 mil pessoas. Borges, que é também poeta e jornalista, mantém na Rádio Guarani (96,5MHz) o "Mondo Livro - o blog sonoro da literatura" um programete super divertido sobre as novidades do mundo literário e da língua, que vai ao ar de segunda a sexta, às 9h10 e 18h30, com o patrocínio de uma construtora local. Bem humorado, instigante e inteligente. São esses os adjetivos que podem ser aplicados ao programa de Afonso Borges. Se você tiver uma oportunidade, ouça. Garanto que você vai gostar. Os áudios e os textos do Mondo Livro também estão disponíveis no blog.