terça-feira, 14 de julho de 2009

CAROS AMIGOS

Eu não sabia que deveria moderar os comentários às postagens do meu blog. Vou ver se consigo desativar essa função, porque tenho certeza de que todos os eventuais visitantes são gente boa. Portanto, não precisam de moderação: todos são bem vindos para comentar tudo o que eu escrevo. Por causa dessa minha "ignorância" de como funciona esse ambiente virtual, só agora fiquei sabendo que Patrícia McQuade, Thiago Assis e Aline Rabelo fizeram recentemente menções elogiosas ao meu modesto e mal traçado Menino Homem que - diga-se de passagem - estava (está) meio jogado de lado. A desculpa de sempre é o "tempo", a correria da vida, que nos impede de parar para observar alguma sutileza, que nos priva da capacidade de se surpreender e de se emocionar com o mundo, preocupados que ficamos em "viver". Não tenho andado muito "inspirado" ultimamente, e todas as minhas tentativas de escrever não deram em nada. O incentivo que faltava vem na forma da maneira carinhosa e generosa com que essas pessoas (não deixarei de citar você, Paulinha) se referem a mim nos seus comentários. Como o mais impiedoso crítico do meu próprio trabalho, nunca acho que ele tem tanto valor artístico. Preciso da abalizada avaliação de pessoas sensíveis e inteligentes como essas que citei para que eu veja qualidades na minha "produção poética". Certa vez eu escrevi assim a uma pessoa querida: "Fico muito feliz de saber que você gosta do que eu escrevo, e por acreditar que outras pessoas também possam gostar; só isso, como já disse, já é mais do que eu poderia esperar, tendo em vista que eu pensava escrever só para mim, falando do meu próprio mundo, das coisas de dentro, das minhas inquietações e sentimentos. Quando percebo que mais de uma pessoa pensa dentro do meu texto, que ele cabe em outros contextos, isso significa que o que sinto e penso toca o pensamento e o sentimento de outras pessoas. Acredito que este seja o maior reconhecimento buscado por todos aqueles que escrevem: ser a voz que fala ao coração de outras pessoas". A ela e a todos eu prometo que vou procurar onde deixei a minha inspiração. Deve estar na mesma gaveta onde eu guardei os planos, as promessas, os projetos, os rascunhos, as paixões da minha vida. O espaço da minha mesa está cheio de processos administrativos, autos de infração, planilhas e relatórios, de fatos da vida cotidiana e perecível. Durante todo o dia eu convivo com as mais diversas maneiras dos motoristas dessa cidade de criar problemas e arranjar transtornos. O trânsito é realmente um caos, as pessoas estão cada vez perdidas e mais agressivas na metrópole. Vence quem sobrevive, quem está protegido dentro das suas carcaças metálicas brilhantes. Por tratar o tempo todo com isso, temo estar ficando meio que anestesiado, não me indignando, não esboçando mais qualquer reação, ficando indiferente, tratando pessoas como números de processo ou dados estatísticos. A salvação é que eu tenho as palavras e através delas eu posso expressar isto, externar a minha angústia, compartilhá-la com pessoas como vocês, que ainda não endureceram o coração.

Um comentário:

  1. ei olavo,

    quanta saudade de vc.
    até esse seu jeitinho modesto não mudou desde o tempo do DA.
    vontade de conversar com vc e tomar aquele cafezinho...
    não acredito que vc se deixou levar pela burocracia dos mecanismos de decodificar tudo em números e estatísticas. nada contra essa linguagem, mas ela não e a nossa.

    já disse, voltarei aqui sempre.
    então trate de escrever coisas bonitas pq sou exigente demais.

    bjs
    e saudades docê.

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