domingo, 1 de junho de 2008

O FANTASMA DE BELO HORIZONTE

Hoje saí para caminhar sem rumo
Tive um encontro com a cidade
Namorei todos os sorrisos das moças de vestido
Apostei todo o meu dinheiro em todos os cassinos
Fui a pé aos bairros do destino
Perdi perdão ao Deus de todas as igrejas
Esmolei junto com os mendigos
Deixei-me levar como a multidão
Fui cada um no meio de um milhão
Estive confuso e tumultuado como os carros
Comprei a vida nas diversas embalagens
Em que ela costuma vir envolvida
Vi a criança ir desalentada, o andarilho louco
que sonhava na avenida
A mulher que não tinha outra saída
A não ser se entregar
Por quase nada.

Hoje saí pela cidade, a andar pelo passado
Centenário,
Outros fizeram antes de mim esse mesmo itinerário
E nunca mais foram vistos.

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